COMPROMISSO VR 660
António Abade da luz
Maria Gomes Gonçalves Carvalhal
Marilu e Gombade, dois cabo-verdianos, oriundos de Santo Antão e
Santiago, foram convidados para participar numa formação ligada à
educação no Brasil, cidade de Fortaleza. Não tendo até o momento
nenhum contato com o Brasil, logo pensaram que iriam deliciar no
estado do Ceará, cidade de Fortaleza, de belíssimas praias, do
interior cearense maravilhoso, assim como conhecer de perto o sertão
brasileiro. Então, encontraram-se na cidade da Praia, Cabo Verde,
para juntos apanhar o avião no Aeroporto Internacional Nelson
Mandela.
Fascinados com a viagem, foram de madrugada para o aeroporto, a fim
de agilizarem os expedientes de check-in e certificar se tudo estava
bem como combinado. Depois de todas as demandas aeroportuárias
relacionadas com voos internacionais, foram para a sala de embarque,
onde tiveram que esperar algumas horas. Angustiados, preocupados, com
fome e pensando ora na família que para atrás ficava, ora na
maravilhosa viagem para as terras de José de Alencar.
Marilu e Gombade aguardavam sentados imaginando o que iriam
encontrar no Brasil, Fortaleza. Com cerca de uma hora de atraso, lá
se foi o voo VR 660 da TACV Cabo Verde Air Lines, rasgando o céu de
Cabo Verde, rumo ao Brasil.
A viagem durou cerca de três horas e trinta minutos, num ambiente
muito tranquilo, descontraído e cheio de expectativas.
Chegados à Fortaleza, foram recebidos por um simpático cearense de
nome Vicente Neto, que logo ali no aeroporto Pinto Martins, começou
a dar algumas indicações ao grupo de como estar nas terras de
Alencar. Mas antes, tiveram que enfrentar uma longa fila para
legalização junto das autoridades fronteiriças cearenses.
Arrastando as bagagens, cheias de interrogações, foram distribuídos
em dois confortáveis ônibus (autocarros), rumo ao Hotel Mareiro na
rua Tibúrcio Cavalcante.
Já no hotel, depois de alguns protocolos de identificação dos
hóspedes, receberam as chaves dos respectivos quartos, “espanto”,
um cartão..., novidade..., pois os dois nunca tinham usado tais
chaves em Cabo Verde, o que provocou uma grande dificuldade, pois nem
um nem outro conseguia acionar o sistema com o cartão para abrir as
portas. Aflitos, quase a desistir e pedir ajuda à portaria do Hotel,
um turista que estava hospedado ao lado prestou-lhes a devida
assistência, abrindo as portas.
Como os dois não trouxeram nas bagagens alguns produtos de primeira
necessidade, tiveram de se deslocar a um centro comercial mais perto
para os adquirir. Foram aconselhados a fazer compras no supermercado
Pão de Açúcar, a algumas quadras do hotel. Aí, surgiu o primeiro
problema: como chegar ao Pão de Açúcar? Então, foram à recepção
do hotel pedir informações sobre o local. Um dos funcionários
facultou-lhes um mapa com o seguinte itinerário.
Leitor(a), ajuda a Marilu e o Gombade a chegar ao supermercado,
traçando o itinerário em baixo, tendo como recurso o mapa parcial
da cidade Fortaleza.
Obs.: suponha que cada quadrado corresponda a um quarteirão.
De seguida, os dois chegaram ao supermercado Pão de Açúcar e
separaram os seguintes produtos: 3 garrafas de água por 1,90$R cada
uma; 2 dentífricos a 3,24$R cada; 2 Havaianas por 38,00$R e 3
pacotes de biscoitos por 2,27$R cada. Ao fazer o pagamento no caixa,
entregaram três notas de 20 reais. Depois, verificaram o troco e
constataram que faltavam 75 centavos.
Então, quantos reais tinham em mãos nesse momento?
Reais Brasileiro
|
Escudos Cabo-verdiano
|
1 BRL
|
44.29172 CVE
|
2 BRL
|
88.58345CVE
|
5 BRL
|
221.458612 CVE
|
10 BRL
|
442.91724 CVE
|
15 BRL
|
664.37586 CVE
|
20 BRL
|
885.83447 CVE
|
50 BRL
|
2214.58619 CVE
|
Depois de resolver o problema do troco, verificaram que o relógio
marcava 5:35 pm. Então, devido às compras e à precaução com
segurança por não conhecer ainda a cidade, tomaram um táxi em
direção ao Hotel Mareiro, evitando aventurar no meio de tanto
trânsito local, num trajeto de cinco minutos de táxi sem transito.
Mas quando saíram do táxi, voltaram a consultar o relógio e
descobriram que tinham ficado presos no transito por sete minutos.
Então, a que horas chegaram no Hotel?
Cansados, foram logo para os respectivos quartos, tomar um banho
quente e relaxar o corpo do cansaço do dia. Então, começaram a
consciencializar que o projeto Fortaleza não era meramente uma
viagem de sonho mas sim um compromisso de muito trabalho e horários
rígidos e programações rigorosas. Pois, o elenco de professores,
assistentes e coordenadores da formação não estavam para
brincadeiras e nem seriam cúmplices de perda de tempo. Com o avançar
das atividades, puderam compreender que estavam a fazer parte de um
projeto muito interessante e pioneiro, no caso do Ensino Básico de
Cabo Verde. Assim, Marilu e Gombade aconselham a todos quantos que
futuramente venham a fazer de um projeto igual ou parecido que
preparem para uma boa maratona de trabalho, troca de experiências e
conhecimento de outras realidades, em
consonância de muita convivência.
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